O desenvolvimento infantil é um processo que se inicia na vida intrauterina e envolve vários aspectos relacionados ao crescimento físico, à maturação neurológica e à construção de habilidades ligadas ao comportamento e às esferas cognitiva, social e afetiva da criança. É durante a maturação neurológica que ocorre o maior desenvolvimento motor.
O desenvolvimento motor é o ganho de habilidades motoras que levam a criança a adquirir domínio do próprio corpo nas posturas estática e dinâmica. Essas habilidades são susceptíveis a serem moldadas a partir de inúmeros estímulos externos, que podem ser adequados ou inadequados. Assim, a ausência e/ou privação de estímulos e/ou alteração no processo de maturação do sistema nervoso central podem levar ao atraso no desenvolvimento motor da criança.O estímulo e o ambiente adequados e a condição biológica da criança contribuem para o desenvolvimento das seguintes áreas: cognitiva, motora, sensorial e comportamental. Considera-se um ambiente adequado aquele que é harmonioso, acolhedor e rico em experiências que incentivam as crianças a explorar, experimentar, aprender e se desenvolver.
O desenvolvimento da criança é prejudicado quando a mesma é exposta a fatores que podem interferir em seus aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos. É necessário que a família seja orientada e essa criança com risco no desenvolvimento seja acompanhada com o foco em prevenir e/ou minimizar possíveis sequelas.
Além da necessidade essencial de envolvimento e participação da família também são importantes a participação da rede de atenção à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) e das politicas públicas. Esta interação da à criança a oportunidade de ter um melhor tratamento, estimulando a sua funcionalidade, permitindo autonomia e inclusão social. Outras estratégias que também devem ser implementadas pelas famílias para estimular o desenvolvimento de seus filhos são: a formação de um vínculo afetivo de interação da criança com os pais e o cuidador; o estabelecimento de uma rotina planejada, estruturada e organizada e; a vivência de estímulos multissensoriais adequados para a idade. Tais estratégias proporcionam conforto, segurança, organização no espaço temporal e bem-estar. define estimulação precoce como:
A aplicação de um programa de acompanhamento e intervenção clínico-terapêutica multiprofissional com bebês de alto-risco e com crianças pequenas acometidas por patologias orgânicas, buscando o melhor desenvolvimento neuropsicomotor, bem como de efeitos na aquisição da linguagem, na socialização e na estruturação subjetiva, podendo contribuir, inclusive, na estruturação do vínculo mãe/bebê e na compreensão e no acolhimento familiar dessas crianças.
Não existe diferença entre estimulação e intervenção precoce, sendo esta um conjunto de ações que tentam proporcionar à criança experiências necessárias desde seu nascimento para desenvolver ao máximo o seu potencial psicofísico-social.
A estimulação precoce deve ser realizada quando for identificado risco ou atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Objetiva-se evitar ou minimizar os distúrbios neuropsicomotores, possibilitando um desenvolvimento adequado para a idade.
Para a realização da prática da estimulação precoce são utilizados jogos, atividades, técnicas de facilitação de movimento e postura. Toda a intervenção é adaptada ao grau de comprometimento e à fase de desenvolvimento em que a criança se encontra.
Os benefícios alcançados com a estimulação precoce são: o desenvolvimento da percepção visual, do seu próprio corpo e do corpo do outro, e sua relação com o espaço, o tempo e também com seus movimentos. A intervenção também possibilita à criança vivenciar experiências que despertam o interesse em explorar, adquirir habilidades e entender o que ocorre em torno de si mesma.
O acompanhamento da intervenção precoce e as orientações aos pais, familiares ou cuidadores devem ser realizados por profissionais da saúde com experiência na área. Isto potencializará os efeitos positivos dessa abordagem no desenvolvimento da criança.
A metodologia de aplicação da intervenção precoce é definida pela equipe a partir das necessidades observadas na avaliação. Posteriormente a terapia deverá ser baseada nesses resultados, onde serão realizados estímulos multissensoriais, de habilidade motora (rolar, sentar, engatinhar e deambular), de coordenação visual, de percepção, de interação e de cognição.
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