Meu filho anda na ponta dos pés, e agora? - Rafael Neiva Odontologia

Meu filho anda na ponta dos pés, e agora?

A marcha em ponta dos pés (marcha equina) é caracterizada pela ausência de contato do calcanhar com o chão na fase inicial da marcha.

A criança inicia a marcha independente por volta de 12 a 16 meses de vida, sendo ainda considerado normal seu início até os 18 meses. Nessa fase é comum a criança andar de várias formas, uma delas é ora na ponta dos pés, ora encostando os calcanhares no chão. Isso pode ocorrer devido à imaturidade do sistema nervoso central e à ausência de coordenação motora.

O que irá tornar essa postura prejudicial é a manutenção da marcha em ponta de pés por longo período de tempo.

QUAIS AS CAUSAS?

As causas da marcha em ponta dos pés podem estar relacionadas a:

Fatores idiopáticos (sem causa definida);

Encurtamento do Tendão de Aquiles;

Alteração no sistema nervoso central;

Hiperatividade muscular;

Hipersensibilidade tátil;

Desmodulação sensorial;

Doenças neuromusculares;

 

A marcha em ponta dos pés idiopática é a mais frequente, tendo incidência de até 24% na população pediátrica em geral. Ocorre em crianças saudáveis, sem rigidez muscular, com movimentação normal e fica evidente desde os primeiros passos, nos dois pés e não apresenta característica progressiva. Quando essa postura persiste além dos dois anos de idade em criança com desenvolvimento motor adequado, é necessária uma avaliação médica.

 

QUAIS SÃO SINAIS?

São considerados sinais de alerta indicativos da marcha equina:

Permanência do andar na ponta dos pés até 4 anos de idade;

Sentar na postura de W;

Sentar sobre os joelhos;

Rejeição ao contato com diferentes texturas.

 

É UMA DOENÇA GRAVE?

Não. Porém, como todo desarranjo funcional, o não tratamento de forma precoce pode levar a deformidades permanentes que causam alterações de desenvolvimento importantes, como marcha na ponta dos pés, dedos em martelo, desgastes osteomioarticulares, quedas frequentes, entre outras complicações que trataremos mais a frente.

 

EXISTE PREVENÇÃO?

Depende da causa. Quando a manutenção errônea da marcha é causada por fatores neurológicos, sensoriais ou deformidades osteomioarticulares advindas desde o período intra-útero, não existe possibilidade de agir de forma preventiva.

Já as demais causas podem ser tratadas de forma precoce com a atuação do profissional fisioterapeuta, do médico ortopedista e do neurologista, com a utilização de órteses para posicionamento de membros, aplicação de toxina botulínica para relaxamento muscular, estimulação à prática de exercícios supervisionados de alongamento, coordenação motora e equilíbrio.

O atraso e/ou ausência do tratamento fisioterapêutico poderá levar ao surgimento de deformidades fixas, tendo como opção apenas o tratamento cirúrgico.

 

EXISTE TRATAMENTO?

Sim, existe o tratamento pode ser realizado de forma conservadora e/ou cirúrgica.

Conservador:

Fisioterapia associada ao uso de órteses (aparelhos nos pés com tiras de velcro) para manter os músculos da panturrilha alongados;

Aplicação da Toxina Botulínica (Botox®) na panturrilha com o objetivo de relaxar os músculos;

Pode-se ou não fazer o uso do gesso para alongar o músculo após aplicação da medicação.

Cirúrgico:

Indicado quando o tratamento conservador não obteve sucesso;

Pós-operatório é associado à fisioterapia e ao uso de órtese.

Ambos oferecem bons resultados quando realizadas na idade adequada.

 

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA MARCHA DE PONTA DOS PÉS

 

Avaliação fisioterapêutica é realizada através de um protocolo específico diferenciado para esse diagnóstico, ficando em alerta para a presença de sinais sensoriais e motores.

A intervenção tem como objetivo a prevenção de deformidades, ganho de mobilidade no tornozelo, alongamento dos músculos da panturrilha, fortalecimento dos músculos localizados no dorso do pé, alinhamento postural, equilíbrio (estático e dinâmico) e propriocepção, estímulos multissensoriais e psicomotores.

Durante o tratamento são ensinados aos pais e/ou cuidadores exercícios lúdicos para serem realizados com as crianças em domicílio, sem a presença do profissional, a fim de dar continuidade ao estímulo em casa.

As terapias tem frequência variável, e habitualmente mantém-se por períodos prolongados (de um até três anos).

 

QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS?

Quedas frequentes;

Dificuldade na prática de esportes;

Dores nas pernas;

Alteração postural;

Diminuição de equilíbrio;

Encurtamento dos músculos da panturrilha;

Diminuição de amplitude de movimentos de tornozelo e pé;

Deformidades na articulação do tornozelo;

“Bullying”.

 

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DECORRENTES DA MARCHA EM PONTA DOS PÉS POR UM PERÍODO PROLONGADO?

Contratura da articulação tíbio-társica;

Fascite plantar;

Dedos “em martelo”;

Tendinite tibial anterior e posterior.

Também como mecanismos compensatórios a criança pode apresentar as seguintes alterações posturais:

Hiperlordose lombar;

Flexão de quadril;

Joelho recurvado em rotação externa da tíbia.

 

QUAL PROFISSIONAL TENHO QUE PROCURAR?

Na avaliação ortopédica pediátrica, direciona-se a queixa da criança ou da família, realiza-se uma avaliação física completa da criança, buscando identificar no membro inferior a causa que é responsável pela marcha com a ponta dos pés.

Caso sejam identificadas causas neurológicas que justifiquem tal desordem, a criança deve ser encaminhada para um neuropediatra.

A identificação da marcha na ponta dos pés deve ser avaliada e acompanhada precocemente por médico ortopedista e/ou neurologista, por fisioterapeuta e terapeuta ocupacional especializados em pediatria.

O processo de alta da terapia ocorre em conjunto com os profissionais que estão acompanhando a criança.

 

ESTIMULE!

As crianças precisam vivenciar, de forma descalça, ambientes externos de diferentes pisos com objetivo de aumentar sua experiência tátil.

 

Obrigado Pela atenção,

Um Abraço a todos,

 

Fta. Lisiany Belchior – CREFITO: 158664-F

Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente-UECE

Fisioterapeuta do Espaço Estímulos

Formação no Conceito Neuroevolutivo- BOBATH

Formação em Reequilíbrio Toracoabdominal Avançado em Pediatria

Esp. Fisioterapia em Neonatologia e Pediatria-FFB

Esp. Psicomotricidade Clínica-UFC

Esp. Saúde Pública-UECE

 

Fta. Bruna Peixe – CREFITO: 149094-F

Fisioterapeuta do Espaço Estímulos

Formação no Conceito NeuroevolutivoBOBATH

Formação em Reequilíbrio Tóracoabdominal – RTA

Formação em Pilates Clínico e Adaptado

Formação em Pedia Suit

Esp. Fisioterapia em Neonatologia e Fisioterapia-FFB

Esp. Saúde Pública-UECE

 

Fta. Hemmela Nepomuceno – CREFITO: 201699-F

Fisioterapeuta do Hospital Infantil Albert Sabin

Fisioterapeuta da Equipe de Pós Operatório Cardíaco Pediátrica da Unimed – GCPed HRU

Esp. Fisioterapia em Neonatologia e Pediatria-UNIFOR

 

Para maiores informações é muito importante buscar a orientação profissional.

Nosso endereço:

Rua Felino Barroso, Nº 637, Bairro de Fátima

Nossos contatos:

(85) 3032-0884 / (85) 98822-1521

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