A marcha em ponta dos pés (marcha equina) é caracterizada pela ausência de contato do calcanhar com o chão na fase inicial da marcha.
A criança inicia a marcha independente por volta de 12 a 16 meses de vida, sendo ainda considerado normal seu início até os 18 meses. Nessa fase é comum a criança andar de várias formas, uma delas é ora na ponta dos pés, ora encostando os calcanhares no chão. Isso pode ocorrer devido à imaturidade do sistema nervoso central e à ausência de coordenação motora.
O que irá tornar essa postura prejudicial é a manutenção da marcha em ponta de pés por longo período de tempo.
QUAIS AS CAUSAS?
As causas da marcha em ponta dos pés podem estar relacionadas a:
Fatores idiopáticos (sem causa definida);
Encurtamento do Tendão de Aquiles;
Alteração no sistema nervoso central;
Hiperatividade muscular;
Hipersensibilidade tátil;
Desmodulação sensorial;
Doenças neuromusculares;
A marcha em ponta dos pés idiopática é a mais frequente, tendo incidência de até 24% na população pediátrica em geral. Ocorre em crianças saudáveis, sem rigidez muscular, com movimentação normal e fica evidente desde os primeiros passos, nos dois pés e não apresenta característica progressiva. Quando essa postura persiste além dos dois anos de idade em criança com desenvolvimento motor adequado, é necessária uma avaliação médica.
QUAIS SÃO SINAIS?
São considerados sinais de alerta indicativos da marcha equina:
Permanência do andar na ponta dos pés até 4 anos de idade;
Sentar na postura de W;
Sentar sobre os joelhos;
Rejeição ao contato com diferentes texturas.
É UMA DOENÇA GRAVE?
Não. Porém, como todo desarranjo funcional, o não tratamento de forma precoce pode levar a deformidades permanentes que causam alterações de desenvolvimento importantes, como marcha na ponta dos pés, dedos em martelo, desgastes osteomioarticulares, quedas frequentes, entre outras complicações que trataremos mais a frente.
EXISTE PREVENÇÃO?
Depende da causa. Quando a manutenção errônea da marcha é causada por fatores neurológicos, sensoriais ou deformidades osteomioarticulares advindas desde o período intra-útero, não existe possibilidade de agir de forma preventiva.
Já as demais causas podem ser tratadas de forma precoce com a atuação do profissional fisioterapeuta, do médico ortopedista e do neurologista, com a utilização de órteses para posicionamento de membros, aplicação de toxina botulínica para relaxamento muscular, estimulação à prática de exercícios supervisionados de alongamento, coordenação motora e equilíbrio.
O atraso e/ou ausência do tratamento fisioterapêutico poderá levar ao surgimento de deformidades fixas, tendo como opção apenas o tratamento cirúrgico.
EXISTE TRATAMENTO?
Sim, existe o tratamento pode ser realizado de forma conservadora e/ou cirúrgica.
Conservador:
Fisioterapia associada ao uso de órteses (aparelhos nos pés com tiras de velcro) para manter os músculos da panturrilha alongados;
Aplicação da Toxina Botulínica (Botox®) na panturrilha com o objetivo de relaxar os músculos;
Pode-se ou não fazer o uso do gesso para alongar o músculo após aplicação da medicação.
Cirúrgico:
Indicado quando o tratamento conservador não obteve sucesso;
Pós-operatório é associado à fisioterapia e ao uso de órtese.
Ambos oferecem bons resultados quando realizadas na idade adequada.
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA MARCHA DE PONTA DOS PÉS
Avaliação fisioterapêutica é realizada através de um protocolo específico diferenciado para esse diagnóstico, ficando em alerta para a presença de sinais sensoriais e motores.
A intervenção tem como objetivo a prevenção de deformidades, ganho de mobilidade no tornozelo, alongamento dos músculos da panturrilha, fortalecimento dos músculos localizados no dorso do pé, alinhamento postural, equilíbrio (estático e dinâmico) e propriocepção, estímulos multissensoriais e psicomotores.
Durante o tratamento são ensinados aos pais e/ou cuidadores exercícios lúdicos para serem realizados com as crianças em domicílio, sem a presença do profissional, a fim de dar continuidade ao estímulo em casa.
As terapias tem frequência variável, e habitualmente mantém-se por períodos prolongados (de um até três anos).
QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS?
Quedas frequentes;
Dificuldade na prática de esportes;
Dores nas pernas;
Alteração postural;
Diminuição de equilíbrio;
Encurtamento dos músculos da panturrilha;
Diminuição de amplitude de movimentos de tornozelo e pé;
Deformidades na articulação do tornozelo;
“Bullying”.
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DECORRENTES DA MARCHA EM PONTA DOS PÉS POR UM PERÍODO PROLONGADO?
Contratura da articulação tíbio-társica;
Fascite plantar;
Dedos “em martelo”;
Tendinite tibial anterior e posterior.
Também como mecanismos compensatórios a criança pode apresentar as seguintes alterações posturais:
Hiperlordose lombar;
Flexão de quadril;
Joelho recurvado em rotação externa da tíbia.
QUAL PROFISSIONAL TENHO QUE PROCURAR?
Na avaliação ortopédica pediátrica, direciona-se a queixa da criança ou da família, realiza-se uma avaliação física completa da criança, buscando identificar no membro inferior a causa que é responsável pela marcha com a ponta dos pés.
Caso sejam identificadas causas neurológicas que justifiquem tal desordem, a criança deve ser encaminhada para um neuropediatra.
A identificação da marcha na ponta dos pés deve ser avaliada e acompanhada precocemente por médico ortopedista e/ou neurologista, por fisioterapeuta e terapeuta ocupacional especializados em pediatria.
O processo de alta da terapia ocorre em conjunto com os profissionais que estão acompanhando a criança.
ESTIMULE!
As crianças precisam vivenciar, de forma descalça, ambientes externos de diferentes pisos com objetivo de aumentar sua experiência tátil.
Obrigado Pela atenção,
Um Abraço a todos,
Fta. Lisiany Belchior – CREFITO: 158664-F
Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente-UECE
Fisioterapeuta do Espaço Estímulos
Formação no Conceito Neuroevolutivo- BOBATH
Formação em Reequilíbrio Toracoabdominal Avançado em Pediatria
Esp. Fisioterapia em Neonatologia e Pediatria-FFB
Esp. Psicomotricidade Clínica-UFC
Esp. Saúde Pública-UECE
Fta. Bruna Peixe – CREFITO: 149094-F
Fisioterapeuta do Espaço Estímulos
Formação no Conceito Neuroevolutivo– BOBATH
Formação em Reequilíbrio Tóracoabdominal – RTA
Formação em Pilates Clínico e Adaptado
Formação em Pedia Suit
Esp. Fisioterapia em Neonatologia e Fisioterapia-FFB
Esp. Saúde Pública-UECE
Fta. Hemmela Nepomuceno – CREFITO: 201699-F
Fisioterapeuta do Hospital Infantil Albert Sabin
Fisioterapeuta da Equipe de Pós Operatório Cardíaco Pediátrica da Unimed – GCPed HRU
Esp. Fisioterapia em Neonatologia e Pediatria-UNIFOR
Para maiores informações é muito importante buscar a orientação profissional.
Nosso endereço:
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